Chef e pesquisador Max Jaques deu uma palestra sobre o livro Comida no Cotidiano e participou da banca avaliadora dos trabalhos dos alunos da Escola Ivens Dias Branco
Por Bel Moherdaui
A Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, ligada à Secretaria de Cultura do Ceará, em Fortaleza, realizou, de 17 a 19 de março de 2022, a II Mostra de Gastronomia Social e Cultura Alimentar.
Se na primeira, em 2019, o Instituto Brasil a Gosto, representado pelo chef Thiago de Andrade, teve oportunidade de dar mentoria para a estudante Rafaela Medeiros, em seu projeto no Laboratório de Criação, desta vez fomos convidados a ministrar uma palestra para os alunos e visitantes da mostra e, com outros quatro especialistas, avaliar os projetos desenvolvidos pelos alunos da turma atual. E quem assumiu a missão foi o chef e pesquisador Max Jaques.
No último dia 17, Max falou sobre o livro Comida no Cotidiano para uma plateia lotada.
E, nos outros dias, o chef conheceu de perto projetos como o Aproveitamento da Crueira e Manipueira, de Regilane Alves. A pesquisa, sobre a possibilidade de aproveitamento de resíduos da produção de mandioca nas casas de farinha de Itapipoca, deu origem a oito receitas com a crueira (como bolinho de queijo, massas de tortas, bolo e biscoito) e também um inovador jogo de tabuleiro sobre a história da Manufatura da Mandioca. O jogo, que por enquanto só tem um piloto produzido, terá unidades feitas e distribuídas em escolas do Ceará.
Outro projeto que chamou atenção foi o Bolo das Noivas de Santo Antônio de Barbalha, produzido por Indra Nogueira. A aluna nasceu na cidade do interior do Ceará, conhecida pelos casamento coletivos, realizados desde 2016. Indra desenvolveu um bolo com coco babaçu, banana, goma seca e melaço produzidos na região do Cariri. A história do projeto foi contada em um fanzine.
“As atividades da Escola Ivens Dias Branco são atravessadas pelo pioneirismo. Trata-se da primeira escola de Gastronomia Social criada e mantida por uma política pública, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Posicionar a gastronomia no setor de cultura é um avanço por si só. A agenda de formação inclui cursos rápidos, profissionalizantes e formações para cozinhas sociais. Contudo, é no Laboratório de Criação em Cultura Alimentar e Gastronomia Social que vemos um ineditismo profundamente necessário para a cozinha brasileira. Nesse espaço, pesquisadores populares são mentorados por especialistas para construírem soluções que inventariam, preservam e propulsionam suas comunidades e, em consequência, a cultura alimentar cearense”, aponta Max.
Assista, nos links abaixo, as apresentações da mostra da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco:
- palestra Max Jaques, Cultura Alimentar: Comida no cotidiano
- apresentação do projeto Bolo das Noivas de Santo Antônio de Barbalha
- Amacrueira: Aproveitamento da Crueira e Manipueira
- Horta na Escola: Plantando e colhendo com a comunidade (Fortaleza)
- PANC na Lagoa dos Cavalos – Do plantio à mesa (Lagoa dos Cavalos – Russas)
- palestra Comida, sustentabilidade e socialização, com Lidiane Barbosa