Eugenia uniflora L
NÃO É DIFÍCIL DE ENCONTRAR PITANGUEIRAS frondosas em quintais e pomares espalhados do Nordeste ao Rio Grande do Sul. Na primavera e no verão, quando a árvore começa a frutificar, os galhos se enchem de pequenas bagas vermelhas em tons que vão escurecendo, de acordo, de acordo com a maturação, até ficarem arroxeadas ou quase pretas. Consumida in natura, ou transformada em polpa, dá origem a refrescos, geleias, molhos e caldas. Nativa do Brasil, a pitanga encanta visitantes estrangeiros desde a época da colonização. No livro Açúcar, o sociólogo Gilberto Freyre conta que, em meados do século XIX, o vice-cônsul britânico na Bahia e na Paraíba elogiava em cartas o sabor da fruta, “ácida e levemente amarga, muito agradável ao paladar”, e diz que dela eram produzidos pudins, geleias, tortas e compotas. O próprio autor, na mesma obra, dá sua receita de uma “cachaça” preparada em sua casa, no Recife. Trata-se de uma “pitangada” que combina as bagas a aguardente, licor de violeta ou de rosa e canela em pó.