EM DIVERSOS LUGARES DO PAÍS – como a região do Vale da Paraíba, no interior de São Paulo – o gosto pela formiga içá, ou saúva, vem de longe. Em uma carta de 1903 ao amigo Godofredo Rangel, o escritor paulista Monteiro Lobato contava: “Está diante de mim uma latinha de içás torrados que me mandaram de Taubaté. Nós, taubateanos, somos comedores de içá. Como é bom, caro Rangel!”. Antes do preparo, as mandíbulas, asas e patas do inseto são desprezadas. Apenas o abdome é lavado à panela, para tostar na banha de porco ou no óleo bem quente, antes de ser transformada em farofa ou paçoca. As içás só saem do formigueiro durante alguns dias, entre outubro e novembro, e são recolhidas a mão.