A “RASPA DURA” ORIGINAL DOS TACHOS de caldo de cana fervidos em centenas de engenhos espalhados pelo Nordeste desde o período colonial é elemento importante na dieta brasileira. Em História da Alimentação no Brasil, Câmara Cascudo diz que o produto “não ficou sendo apenas guloseima, mas, um elemento condimentador, real e mais assíduo que o açúcar ou o pão na alimentação sertaneja, acompanhando a refeição”. Atualmente, a rapadura não se limita mais a ser consumida com farinha ou dentro da panela de feijão, práticas cotidianas no interior nordestino. Aparece também em molhos e caipirinhas, musses e sorvetes. E, embora boa parte da doçaria brasileira tenha substituído o açúcar pelo leite condensado, não existe pé de moleque legítimo sem que os amendoins picados estejam envolvidos por um bom pedaço de rapadura.